quinta-feira, 9 de junho de 2011

Conversando com minha auto imagem...


(Obra: Alcance I – Artista: Márcia R. Figueira Carnevskis)

Hoje, quando fui ver a exposição de uma amiga, da qual a obra acima faz parte, fui tocada profundamente em meu coração e minha alma, especialmente, porque em alguns momentos da minha vida tenho me encontrado em reflexão avaliando o que sou e o que eu pareço ser.
Olhando de perto essa obra, vi a imagem de um corpo sem traços comuns, como olhos, boca, nariz, e com um buquê de flores no centro, na altura do coração.
A artista colocou intencionalmente o buquê de flores no centro desse corpo.
Buscando uma reflexão terapêutica dessa obra, podemos analisá-la sob vários aspectos.
Se imaginássemos que em nosso coração houvesse flores desabrochando, faz um sentido se pensarmos sobre a esperança em nossa vida. O desabrochar dos sentimentos puros, livres do medo, da insegurança..., nessa busca pela felicidade.
Olhando a obra agora, parece-me ver um “tronco”, com marcas adquiridas no percurso de seu crescimento. Marcas essas que deram sustentação para que ele construísse em seu interior uma FORÇA INTERNA e se apropriasse do seu verdadeiro SER.
Porque essa obra me tocou tanto?
Vamos pensar juntas.
Muitas vezes, durante o nosso caminho nesta vida, nossas experiências levaram-nos a buscar caminhos para que não sentíssemos nossas dores internas.  Assim, fomos criando “máscaras”, buscando mecanismos de defesa, constituindo “couraças” e, portanto, transformando nosso corpo.
Podemos construir aparências frágeis ou fortes.
Mas, onde eu quero chegar?
Respondo: no INTERIOR do SER. Na ALMA que, muitas vezes, nem todos têm “olhos de ver”.
Ou seja, quantas vezes nós avaliamos o outro, sem conhecer a sua história, sem ter participado da sua vida, e julgando-o apenas pela sua aparência física?
Que “venda’ é essa que colocamos em nosso olhar para o outro, que nos tira a capacidade de enxergar além e poder sentir o que, de verdadeiro, o outro tem em seu coração, em sua alma?
Essa é uma reflexão que, algumas vezes, tem permeado meus pensamentos e me possibilitado avaliar a minha capacidade de não permitir que aquilo que, possivelmente, o outro pense de mim, é o que realmente sou.
A vida trouxe-me muitas possibilidades de transformar o meu SER INTERNO e que, depois de tantas dores sofridas, reconhecidas e ressignificadas, eu consegui me apropriar da minha força, embora eu pareça frágil; da minha coragem, embora eu possa ser vista como fraca; e, principalmente, da minha sabedoria interna.
Então, se eu enxergo no outro aquilo que está em mim, se você faz parte de mim, e se eu sou você: somos únicas, íntegras, e caminharemos juntas sempre, de mãos dadas, com a certeza de que a cada dia vivido é um aprendizado.
Fátima Pedro
Poá-SP, 21/07/2010.




Um comentário:

  1. Fá cheia de graça e cheia de luz. Texto profundo e belíssimo como é o seu coração. Eu reverencio sua sabedoria, sua estada nesse agora e por ter a honra de te conhecer. Grande beijo. Continue escrevendo. Namastê! Te amo!

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