sábado, 14 de julho de 2012

A POLÍTICA E NOSSAS ESCOLHAS


Em 1º de Outubro de 2008 eu estava aposentada e livre, pela primeira vez, após 33 anos, para falar e discutir sobre a administração e a política da nossa cidade. Até então, embora eu tivesse as minhas opiniões e condutas, não podia mencioná-las, pois a responsabilidade técnica sobre o meu trabalho era superior ao que eu pensava ou sentia sobre a política da cidade.
Foram 33 anos de serviço público na cidade de Poá, e, especialmente nos últimos anos, foi sofrido. Quiseram que eu jogasse o meu conhecimento técnico e competência no lixo, mas, graças a Deus e a amigos leais, que conheciam o meu caráter, me apoiaram e protegeram, e, por isso, eu não perdi um cargo de direção que eu ocupava há aproximadamente 20 anos. Esse cargo, não me foi “dado” por apadrinhamento ou troca de “favores”. Fiz um estágio de três meses, na gestão do Sr. José Massa (1989/1992), para que avaliassem se eu tinha competência, ou não, para assumir tal responsabilidade.
Bom, já que me sentia livre, pois eu não quis nem saber quem seria o próximo prefeito... Comecei a participar das discussões nas redes sociais.
Eu já observava, há algum tempo, e ficava com coceira nas mãos para escrever (risos), as discussões da comunidade do Orkut “Poá com Acento” e assim, livre, pude começar a conversar com os membros, que, em sua maioria, eu não conhecia.
Comecei a observar as conversas e discussões e, discretamente, fui participando e conhecendo algumas pessoas. Mesmo, virtualmente, fui descobrindo jovens inteligentes, com intenções valiosas e de um potencial humano que me deixavam muito feliz.
Enfim, eu estava descobrindo que nem tudo estava perdido. Que era possível, sim, mudar esse sistema falido de políticos corruptos e que cuidam apenas de seus interesses pessoais.
Foi então que eu tive a oportunidade de conhecer o Saulo Souza pessoalmente. Ouvi dele tudo o que havia de sonho e esperança em seu coração, em sua alma. Depois, veio o Tom Ucelli e ouvi também o seu coração. Ficamos amigos, companheiros de ideais e, confesso, adotei esses dois. Sinto-me, que me perdoem as mães de sangue, um pouco mãe deles. Pois, quando fazem ou escrevem algo que não concordo, ligo ou escrevo mensagem dando bronca neles... hehe
Algumas vezes chego a ser dura com eles e eles ficam chateados e ressabiados, mas depois conversamos e tudo fica compreendido... O Leandro de Jesus, Henrique Nicodemos, todos jovens com um potencial incrível e que me sinto orgulhosa “por demais” em tê-los conhecido e por essa oportunidade que a vida me deu.
Citei os quatro porque foram com quem mais discuti e conversei, inclusive pessoalmente. E foram tantos outros que estreitamos laços de amizade, que eu ficaria aqui só escrevendo nomes ao invés de entrar no objetivo de toda esta conversa.
Bem, o que me fez escrever tudo isto são as discussões e debates que tenho observado na comunidade “Poá com Acento” do Facebook.
Sim, acabamos todos deixando o Orkut e nos arrebanhamos para o Facebook... hehehe
Penso, que nosso conhecimento e inteligência devem ser utilizados sempre para o bem comum, a paz entre os povos, o encontro de possibilidades onde as “pessoas” possam ter uma vida melhor, mais saudável, com educação, saúde, segurança, cultura e tudo aquilo que é essencial à vida. E não falo só dos carentes de recursos financeiros não, falo também daqueles que têm dinheiro, que têm poder, pois somos humanos e, independente da situação financeira de cada um, temos nossas dificuldades, problemas e traumas para serem vividos e tratados com respeito.
Podemos discutir sobre as falcatruas, malandragem, dissimulação, hipocrisia dos “homens” na política? Claro que podemos. Mas, sem arrogância ou prepotência, onde, alguns, se colocam num lugar “narcísico” de donos da verdade. Isso sem contar aqueles que vestem a “fantasia” de anjos, como se nunca tivessem utilizado do bem público por interesse próprio.
Confesso que sei de muita coisa errada, conheço muitas pessoas que já passaram pela Prefeitura e até algumas que não passaram, que deixam a desejar no tocante à honestidade e em seu caráter. Pessoas que, embora já tenham praticado as mesmas ações que criticam hoje. Pessoas que perseguiram servidores, alguns por serem honestos, outros por ocuparem cargo em comissão e terem compromisso “eleitoreiro”, por isso, e não por sua competência e/ou conhecimento na área pública.
O que pretendo com tudo isto? É dizer a vocês, meus amigos e até aqueles que não são tão amigos, que respeitem as escolhas uns dos outros.
Cada um tem seus motivos e seus objetivos. E, algumas vezes, precisamos entrar no covil das cobras para tentarmos encontrar uma brecha e, com a proteção Divina, tentarmos mudar aquilo que nos parece imutável nesse “sistema” de atuação na política – seja em que lugar for do mundo.
Eu acredito que podemos fazer um mundo melhor. E é por isso que eu acredito nos jovens, especialmente naqueles jovens que tiveram a possibilidade de tornarem-se pessoas melhores, para, quem sabe, auxiliarem na busca de possibilidades para aqueles (crianças e jovens) que não tiveram tanta sorte na vida.
Por isso, meus queridos e queridas, não se deixem levar pelo deslumbramento de, momentaneamente, poderem ocupar um lugar de poder. Isso é passageiro, podem crer. Discutam, sim, debatam, sim, mas com respeito pela escolha do outro. Cada um, em sua consciência, sabe o que fez de certo ou errado, e o que determinou a sua escolha.
O julgamento final não somos nós que fazemos, aliás nem temos esse poder, mas é a própria vida que vai nos dar a resposta por nossas atitudes e ações.
Cada um, com sua consciência que assuma a responsabilidade por seus atos.
Com todo o carinho e respeito,

Fátima Pedro
Poá, 14 de julho de 2012.